sábado, 9 de julho de 2011

Travessia


Travessia
Por Fernanda Berthoud

No nada, bem longe de tudo, de todos, sentei numa pedra.
Eu não queria pensar, não queria lamentar, só queria existir.
Por um momento eu quis esquecer a vida
e nem preocupar com a morte.
Não lamentar do tempo que passa rapidamente entre nossos dedos.
Esquecer dos amores. Esquecer das dores.
 Esquecer dos sonhos e de tudo que poderia me assombrar.
Quis passar horas e horas, sentada àquela pedra,
 apenas sentindo o vento tocar meu rosto,
borboletas dançarem perto do meu corpo,
ver formigas desviarem a sua trilha contornando meus pés.
Não consegui ficar no nada, olhando para a imensidão de mundo.
Levantei-me da pedra e resolvi buscar-te, mais uma vez,
Nessa travessia solitária.

5 comentários:

palasathenasblog.blogspot.com disse...

É meninas, já dizia Guimarães Rosa : "Travessia perigosa mas é a da vida. Sertão que se alteia e se abaixa". O texto de vocês é lindo. Palas Athena

Guilherme disse...

Muitas vezes tenho essa vontade de sentar no nada e deixar as horas atravessarem por mim, não me preocupando com nada e nem ninguém.
Gostei do seu poema.

LIFE TO YOU!

Thiago Luis disse...

[...](estar) olhando a imensidão do mundo [...] e assim mesmo buscar alguém na travessia solitária.... Fantástico! Será essa a expressão sutil de viver e amar? simples como o nada e complexo como as travessias.... mesmo que solitárias.... Lindo poema sobre a vida e o viver, sobre o amar e sobre o ser! Mil beijos!

www.entrevistasdoouverney@blogspot.com disse...

Lindo poema, amiga Fernanda.
Parabéns pelo blog e pelo maravilhoso trabalho que vôcê realiza em prol de nossa cultural.
A nota é dez!

Isabel / Bel disse...

Nossa, vocês são muito boas nisso, seguindo também. ;)